AMÉRICA CONTEMPORÂNEA: IMPERIALISMO E LATINIDADE


Segundo Maria da Glória Gohn (1997), “movimentos sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos, pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas em certos cenários da conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de força social na sociedade civil”.

Considerando o panorama latino-americano, os elementos para uma teoria sobre os movimentos sociais se caracterizam, de modo geral, pela(o):

 

I – Diversidade quanto a formas de organização, tais como: propostas, projetos políticos, articulações e tipos de lideranças.

II – Hegemonia dos movimentos populares, que lutam principalmente pelas necessidades e direitos sociais básicos.

III – Influência da religião e atual da Igreja Católica, que sempre teve uma presença marcante na América Latina.

IV – Predomínio da questão indígena e da questão agrária, que têm sido fonte de conflitos e movimentos sociais.

 

É correto o que se afirma em:


I, II, III e IV.


I e III, apenas.


I, II e IV, apenas.


I e II, apenas.


II e IV, apenas.

Leia com atenção:

 

Críticos e historiadores da arte estão de acordo em vincular aspectos da arte muralista não só ao momento da Revolução Mexicana, mas em apontar suas raízes remontando até mesmo ao período pré-hispânico como forma utilizada para expressar valores, crenças e experiências de vida através da arte, como também à forma artística preferida no período colonial na decoração de conventos e igrejas, com intenção evangelizadora. (VASCONCELLOS, Camilo de Mello. Visões da Revolução Mexicana. Anais da ANPHLAC, 2005, p. 286).

 

O Muralismo mexicano constitui uma das principais expressões culturais da América Latina. A respeito dessa arte, podemos afirmar que:


O muralismo se vincula à Revolução Mexicana devido ao caráter elitista e modernista de ambos os movimentos.


A pintura mural, advinda do processo revolucionário de 1910 é, para alguns autores, uma arte intencional e plena de significado ideológico, que visa enaltecer e propagandear a obra da Revolução.


A arte mural buscou resgatar a arte asteca e maia, entendida como a única e verdadeira herança cultural do povo mexicano.


O muralismo mexicano da década de 20 caracterizou-se pelo esforço em reproduzir as imagens dos principais eventos ocorridos durante a Revolução, enaltecendo os líderes do movimento.


Apesar de sua grandiosidade, é considerada como uma arte secundária no México atual, que valoriza mais a indústria cultural influenciada pela mídia norte-americana.

Leia com atenção os fragmentos a seguir:

 

“Éramos uma visão, com peito de atleta, mãos de janota e cara de criança. Éramos uma máscara, com as calças de Inglaterra, o colete parisiense, o jaquetão da América do Norte e o chapéu da Espanha. O índio, mudo, andava ao nosso redor e ia para a montanha, para o cume da montanha, para batizar seus filhos. O negro, policiado, cantava na noite a música de seu coração, só e desconhecido, entre as ondas e as feras. O camponês, o criador, revoltava, cego de indignação, contra a cidade desdenhosa, contra as suas criaturas. (...) O dever urgente de nossa América é mostrar-se como é, unida em alma e intenção, vencedora veloz de um passado sufocante, manchada apenas com o sangue do adubo, arrancado das mãos, na luta com as ruínas, e o das veias que nossos donos furaram”. (José Martí, Nossa América, 1891)

 

“Até pouco tempo atrás a América foi o monólogo da Europa, uma das formas históricas em que encarnou seu pensamento; hoje este monólogo tende a se transformar em diálogo. Um diálogo que não é puramente intelectual, mas sim social, político e vital. (...) Pela primeira vez, desde há mais de trezentos anos, deixamos de ser matéria inerte, sobre a qual se exerce a vontade dos poderosos. Éramos objetos; começamos a ser agentes das mudanças históricas. (...) Sermos nós mesmos será opor ao avanço das insensibilidades históricas o rosto animado do homem. (...) Somos, pela primeira vez em nossa história, contemporâneos de todos os homens”. (Octavio Paz, O Labirinto da Solidão, 1950)

  

O cubano José Martí (séc. XIX) e o mexicano Octavio Paz (séc. XX) conceberam, cada um a seu tempo, ideais de identidade de acordo com a realidade histórica latino-americana. Considerando os fragmentos citados dos dois autores, identifique nas alternativas abaixo a concepção de identidade comum a ambos:


A cultura latino-americana deve buscar a modernidade, recorrendo a influências externas de modelos alheios.


A identidade latina possui uma tendência imitativa, predominando a subserviência cultural e o sentimento de inferioridade.


A América Latina deve assumir sua história e cultura próprias, sem negar seu passado e suas origens.


A América Latina deve assumir as influências externas europeia e norte-americana em sua cultura, negando sua origem indígena.


A cultura mestiça latino-americana foi construída a partir da influência europeia e do imperialismo norte-americano.

O conceito “identidade” tem sido objeto de estudo de antropólogos, historiadores, sociólogos, literatos, etc. Sobre a definição deste conceito, considere as afirmativas a seguir:

 

I - Assim como as culturas, as representações identitárias são homogêneas, marcadas por características únicas de determinada sociedade ou sujeito, que tornam semelhantes entre si.

II - Em termos conceituais, a identidade pode ser caracterizada pelos sentimentos de pertencimento (nós) e de alteridade (outro). Podemos nos identificar com o que é comum ou também com aquilo que é diferente.

III - Na América Latina, diversos autores têm se dedicado a discutir a relação entre identidade, nação e etnia, que refletem sobre a construção de identidades étnicas, regionais e nacionais, sempre marcadas pela diversidade e pluralidade de povos e culturas.

IV - Toda identidade é uma construção histórica: ela não existe sozinha, nem de forma absoluta, e é sempre construída em comparação com outras identidades. Assim, a convivência com o diferente faz com que as identidades se aflorem.

 

É CORRETO o que se afirma em:


III e IV, apenas.


I, II e III, apenas.


II e III, apenas.


II, III e IV, apenas.


I, II, III e IV.

Leia com atenção:

 

Nesse sentido, a cultura popular, como um campo de práticas vivas, recriadas, reinventadas cotidianamente, travestidas de outras maneiras de fazer, constitui-se em uma fonte inesgotável de pesquisa para historiadores interessados nas táticas e nas astúcias das camadas mais pobres de nossa sociedade. (MACHADO, Maria Clara T. Cultura popular: um contínuo refazer de práticas e representações. In: História e Cultura: espaços plurais. Uberlândia: Asppectus, 2002, p. 342)

 

Nos últimos anos, a Cultura se tornou um importante campo de pesquisa para os historiadores. Considerando essa relação, analise as afirmativas a seguir:

 

I - A Cultura como campo de investigação permite ao historiador perceber as diversidades entre as sociedades e a própria mudança que se processa nelas através dos tempos. 

II - As formas de expressão cultural são práticas e representações de um mundo real, que foram construídas no cotidiano de lutas e transformações de cada sociedade. 

III - Por se tratar de um processo dinâmico a cultura permite ao historiador reconstituir através da narrativa e da memória o imaginário popular de determinada sociedade.

 

É CORRETO o que se afirma em:


I, apenas.


I e II, apenas.


I e III, apenas.


I, II e III.


III, apenas.

De acordo com Maria da Glória Gohn (1997), o caráter das transformações geradas por um movimento social pode ser tanto progressista como conservadora ou reacionária, dependendo das forças sociopolíticas a que estão articulados em suas densas redes e dos projetos políticos que constroem em suas ações.

Segundo sua análise, os movimentos sociais podem ser classificados conforme suas formas de expressão, categorias ou fases. Com base na leitura realizada sobre os movimentos sociais latino-americanos, associe corretamente as colunas:

 

(1)  Categoria de um Movimento Social

(2)  Forma de expressão de um Movimento Social

(3)  Fase de um Movimento Social

 

(    ) Tensões estruturais, crenças generalizadas, distúrbios e violências.

(    ) Participação, experiência, direitos, cidadania e identidade coletiva.

(    ) Transformação das demandas em reivindicações.

(    ) Exclusão social e resistência.

(    ) Situações de controle social.

(    ) Práticas coletivas de assembleias, reuniões e atos públicos.

 

A sequência correta é:


2-1-3-3-2-1


3-2-1-1-2-3


2-1-3-1-2-3


1-2-3-3-2-1


3-1-2-1-3-2

Nos anos 1960 e 70, a cultura latino-americana transformou-se em espaço de resistência e manifestação sociopolítica. Em países como o Brasil, a Argentina e o Chile, a música popular se expressou como:


um forte compromisso social ligado ao movimento que emergiu nas canções de protesto contra os regimes militares. 


uma manifestação secundaria, impossibilitando o desenvolvimento das culturas nacionais devido à influência da cultura norte-americana.


uma crítica ao movimento europeu de imigração para a América Latina, que abriu caminho para a europeização da região.


uma reprodução da cultura indígena, símbolo da mestiçagem e da identidade latino-americana.


um intenso apoio à política socialista com a influência dos valores culturais cubanos durante a revolução.

A partir da década de 30, a chamada "Política da Boa Vizinhança" inaugurada pelos Estados Unidos significou, para a América Latina, a imposição de padrões culturais norte-americanos.

Analise as afirmações a seguir sobre este processo:

 

I - Essa política exerceu um papel fundamental nos hábitos dos latino-americanos, facilitando a introdução do consumo de massa.

II - No caso do Brasil, Carmen Miranda é o exemplo típico de uma artista cujo sucesso deveu-se, exclusivamente, à política de aproximação adotada pelos EUA.

III - A indústria cinematográfica norte-americana influiu nos hábitos e costumes da população urbana latino-americana.

IV - A política de alinhamento latino-americano aos interesses norte-americanos teve como desdobramento os incentivos ao desenvolvimento industrial.

 

As afirmativas CORRETAS estão contidas em:


II e III, apenas.


I e IV, apenas.


I, II, III e IV.


I, III e IV, apenas.


I, II e III, apenas.

Na América Latina os processos de integração e regionalismo tem, em cada caso, características próprias que respondem à necessidade de adequação às especificidades do momento histórico a que pertencem. Considerando esse cenário, analise as afirmativas a seguir sobres os aspectos que distinguem os “velhos” dos “novos regionalismos”:

 

I - A primeira onda de regionalismos ocorre entre as décadas de 1950 e 1960, no contexto imediato pós-Segunda Guerra e da formação do mundo bipolar, visando o estabelecimento de relações de solidariedade.

II – Após a década de 1970, houve o declínio da primeira onda regionalista, algumas organizações instituídas continuam existindo, mas com atividade restrita e relegada ao discurso político.

III – Os novos regionalismos, criados após a década de 1990, tiveram por objetivo principal o fortalecimento econômico e a cooperação regional com a criação de microeconomias protecionistas.

IV – No atual século XXI, surgiu o chamado “regionalismo estrutural”, como alternativa de organização do poder frente às demandas emergentes de transformações sociais e econômicas.

 

É correto o que se afirma em:


I, II, III e IV.


I, II e IV, apenas.


I e II, apenas.


II e III, apenas.


I e IV, apenas.

Leia com atenção:

Segregação formal e informal, linchamento e violência policial, discriminação no emprego, na educação e nos serviços públicos, falta de direitos políticos, pobreza extrema – tudo isso caracterizava a vida de negros nos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial. Eles, porém, não foram vítimas passivas. Importantes organizações políticas negras haviam atuado na primeira metade do século, mas as condições dos anos 1950 e 1960 propiciaram o estouro de um movimento em massa. (KARNAL, Leandro et. al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2006, p. 243)

 

Os movimentos sociais negros que eclodiram nos Estados Unidos na década de 60 reivindicavam, além de liberdade, questões importantes voltadas à maior igualdade, poder, reconhecimento e oportunidades. De modo geral, esses movimentos buscavam, inicialmente, a garantia de:


Direitos civis


Direitos sindicais


Direitos culturais


Direitos humanos


Direitos sociais

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